
O líder do Hamas em Gaza, Khalil al‑Hayya, declarou nesta quinta-feira (9) que a guerra entre o grupo palestino e Israel chegou ao fim. Segundo ele, o Hamas recebeu garantias formais dos Estados Unidos, do Egito, do Catar e da Turquia de que um cessar-fogo permanente será implementado nas próximas horas, pondo fim a um dos conflitos mais prolongados e destrutivos da região nos últimos anos.
"A guerra terminou", disse al‑Hayya em um vídeo transmitido por canais oficiais do Hamas. "Recebemos garantias de que a ocupação irá cessar todas as formas de agressão e que medidas serão tomadas para garantir a reconstrução de Gaza e a libertação de prisioneiros."
O acordo, de acordo com o Hamas, prevê três pontos centrais:
Cessar-fogo imediato entre as forças israelenses e combatentes palestinos;
Libertação de todos os reféns israelenses em troca de centenas de prisioneiros palestinos;
Abertura total da passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito, para entrada e saída de civis, ajuda humanitária e reconstrução.
Até o momento, o governo israelense não confirmou oficialmente os termos do acordo. Fontes próximas ao gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu indicam que há divisões internas sobre a aceitação plena do cessar-fogo, principalmente no que se refere à presença contínua do Hamas em Gaza.
Apesar disso, autoridades dos EUA e do Egito estariam pressionando fortemente por uma trégua definitiva, com a promessa de implementar mecanismos de supervisão para garantir o cumprimento do acordo por ambas as partes.
Analistas políticos alertam que, embora o anúncio represente um avanço significativo, ainda há grande ceticismo quanto à durabilidade do acordo. Conflitos anteriores entre Israel e o Hamas foram marcados por cessar-fogos temporários que acabaram sendo rompidos por novos ataques.
"A declaração do Hamas é importante, mas o teste real será a implementação prática e a resposta de Israel", afirmou a pesquisadora Rasha al-Tamimi, especialista em política do Oriente Médio.
Enquanto isso, milhares de civis palestinos permanecem deslocados e em situação crítica em Gaza, e famílias israelenses aguardam o retorno de reféns há quase dois anos.
